quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Resumo do terceiro encontro


No início, foi lido o resumo dos assuntos comentados no primeiro encontro. Não houve tempo de resumir os assuntos do segundo encontro. E, a partir disso, os seguintes assuntos foram levantados pelos presentes:
  • A Prograd sinaliza para toda a UFMG a possibilidade de mudança na estrutura de disciplinas. É preciso conhecer melhor esta proposta e refletir sobre o que é possível fazer na EBA, entender como acontecerá o desenvolvimento de um plano para construirmos a escola que queremos. Trata-sem portanto, de um momento favorável a mudanças estruturais.
     
  • Para isto, é importante analisar referências de projetos pedagógicos de outras instituições de ensino de arte, tais como Parque Lage, FAAP, UERJ (Esdi). E escutar também a área de licenciatura.
     
  • Se as grades curriculares dos cursos forem revistas, é importante pensar na integração entre cursos, entre alunos e entre docentes também; e em como criar condições favoráveis para que professores de áreas distintas possam atuar juntos.
     
  • Disciplinas teóricas permitem turmas maiores, são mais fáceis de se integrar alunos de cursos distintos do que disciplinas práticas, com limitações de espaço e de equipamentos.
     
  • Sobre a mudança curricular, ter um ciclo básico comum a vários cursos é uma das possibilidades existentes. Porém, pode ser que outros modelos possam atender melhor às nossas demandas, do que simplesmente recorrer ao modelo já conhecido de ciclos básicos.
     
  • Alguns cursos nem chegam a estudar a história da arte, atualmente. E o que define o enfoque da história da arte que estudamos hoje? Queremos uma escola que inclua todas as áreas de conhecimento presentes na EBA. E que esteja aberta a múltiplas formas de se entender o que é a arte.
     
  • É importante também pesquisar e estudar a história desta Escola.
     
  • Será possível entender como chegamos ao ponto em que estamos, detectando tantos problemas em todas as áreas? Há quanto tempo não ocorria uma iniciativa desta natureza visando a reflexão e o diálogo entre toda a Comunidade? Percebemos o quanto este movimento é fundamental para manter a Escola ativa, viva, refletindo sobre que tipo de unidade se deseja.
     
  • Será de interesse de todos ter um Ateliê experimental aberto a alunos de todos os cursos e acolhendo diversas linguagens? E como este seria possível?
     
  • Como é possível sistematizar o registro efetivo de pesquisas livres dentro do sistema acadêmico vigente?
     
  • Podemos ter bolsas de iniciação artística abertas a todos os cursos e áreas, com demandas, expectativas e resultados específicos, distintos da iniciação científica, mas que sejam reconhecidos e tenham validade dentro do sistema acadêmico da UFMG.
     
  • Como estimular propostas de construção artística que sejam mais coletivas e menos individuais?
     
  • É possível oferecer disciplinas de nivelamento?
     
  • Os ateliês atuais são mais vinculados a interesses específicos do docente do que propriamente à linguagem artística de um modo mais aberto. Quais as implicações disso?
     
  • Podemos ter mais ações entre cursos, criando novas disciplinas, como a “Ator e Jogo de Câmera” que acolhe alunos do CAAD e do Teatro simultaneamente.
     
  • A Escola poderia olhar para o mercado de trabalho de forma mais ampliada do que especificamente se esforçar em formar prioritariamente artistas de galeria, diretores de cinema, estilistas.
     
  • As habilitações do curso de Artes Visuais podem ser repensadas, mas é importante notar que este modelo oferece um tipo de especialização que outros cursos de arte no Brasil não tem, e acabam sendo mais generalistas.
     
  • Os espaços de laboratório e ateliês poderiam ser espaços mais ativos, ocupados com atividades além das disciplinas também.
     
  • Os novos alunos que estão chegando parecem trazer outras lógicas, é preciso repensar o modo de se avaliar a produção dentro das disciplinas. Dar só uma nota já não parece fazer sentido. É preciso conceituar melhor as avaliações.
     
  • A realidade dos alunos ingressantes da EBA está mudando, muitos precisam conciliar o trabalho com o estudo.
     
  • O NDE (núcleo docente estruturante) deveria escutar opiniões e necessidades dos alunos também.
     
  • Como a Escola, de modo geral, lida com cisões tais como as existentes entre técnica e poética, entre prática e conceito, entre tradição e arte contemporânea?
     
  • Uma grade curricular com muitas disciplinas obrigatórias limita a possibilidade de integração com outros cursos, geralmente concebida por disciplinas optativas.
     
  • Em que medida todas estas demandas relativas ao ensino podem extrapolar a atuação dos Colegiados e serem estimuladas, ou coordenadas, também pela direção da Escola?
     
  • Como lidar com as vagas que ficam ociosas durante o semestre? É possível ter algo parecido com o que eram os ouvintes? O que seria, uma vez que é proibido aceitar alunos não matriculados?
     
  • A Biblioteca foi designada para o prédio novo com um espaço reduzido em relação ao que existe hoje. Uma sugestão de solução é que se crie, junto com o espaço do prédio novo, uma midiateca, além de preservar a biblioteca atual.
     
  • Para conseguir compartilhar disciplinas práticas entre diversos cursos seria preciso deixar bem claros quais são os critérios de seleção para as vagas. Atualmente, já é possível distribuir certa quantidade de vagas por cursos e usar os critérios já existentes para selecionar quem irá cursá-la. Estes são relativos à previsão no Plano de Estudos, ao RSG (prioriza quem tem melhor desempenho de nota), à carga horária integralizada (é possível priorizar quem tem menos ou quem tem mais tempo de curso), e ao número de repetências em disciplinas.
     
  • Já existem, na EBA, disciplinas que integram alunos do CAAD, do Teatro, do Design e do Design de Moda. Isto ocorreu por iniciativa de docentes e com aprovação dos Colegiados. É uma iniciativa isolada que não faz parte de um projeto maior de Escola, que ainda não existe. Porém, isso mostra que é possível integrar mais os cursos e até mesmo de unidades distintas.
     
  • Alguns docentes poderiam aprimorar seus métodos didáticos, talvez participando mais das iniciativas do GIZ.
     
  • É importante deixar em local bastante acessível para o aluno, e antes do período de matrícula, as informações sobre os docentes, ementas e programas das disciplinas. E verificar se todas as disciplinas ofertadas possuem essas informações. Há muita desinformação e algumas matrículas chegam a ser feitas sem que o aluno saiba do que se trata a disciplina.
     
  • Poderia existir um programa de bolsas via Cenex para que ex-alunos pudessem ofertar oficinas sobre conteúdos que tenham se especializado ao longo do curso, de modo a mostrar algumas oportunidades concretas de trabalho e de inserção no mercado logo após a formatura.
  • As opiniões e as visões de alunos veteranos e de ex-alunos são importantes para se definir a Escola que queremos. Como se pode manter o elo, manter um vínculo efetivo e afetivo entre a instituição e aqueles que já estudaram nesta Escola?
     
  • É necessário conhecer as propostas pedagógicas mais atuais e avaliar o que é possível aplicar na EBA.
     
  • É importante que a Escola tenha a quantidade de técnicos necessária e que sejam também artistas para acompanhar e manter os ateliês abertos além do período de aula, atuando em parceria com os docentes.
     
  • É importante lembrar a todos que os professores também são servidores públicos, assim como os técnicos-administrativos em educação (TAE).
     
  • O site da EBA deveria se tornar um canal dinâmico, capaz de dar conta da multiplicidade de atividades das diversas áreas de atuação.
     
  • É importante atualizar o maquinário de nossas oficinas. Não temos acesso a equipamentos compatíveis com o meio digital tais como máquinas de corte, gravação, modelagem digital, impressão e scanners em 3D. Como a direção da Escola poderia buscar apoios ou parcerias capazes de viabilizar projetos neste sentido?
     
  • Não temos um laboratório que seja multiuso.
     
  • Como se dá a relação da Escola com o mundo, atualmente? Como somos vistos pela sociedade? Será que sabem o que fazemos? Como podemos mostrar melhor, em conjunto, o retorno que damos à sociedade? Hoje não é possível visualizar na totalidade este conjunto de ações que seria a EBA.
     
  • A instituição deveria buscar parcerias com instituições afins, tais como museus, teatros, salas de cinema, fundações, galerias?


Resumo do segundo encontro

O segundo encontro Diálogos entre a Comunidade – que escola queremos? ocorreu na quarta-feira, dia 25, entre 13h30 e 16h, no Piscinão. O terceiro encontro ocorreu no mesmo dia, entre 17h30 e 19h. Estiveram presentes em torno de trinta pessoas em cada encontro.
No início, foi lido o resumo dos assuntos comentados no primeiro encontro e publicado neste blog.
Em resumo, os seguintes assuntos foram, então, tratados pelos presentes:
  • Sobre as atitudes racistas, machistas e misóginas citadas no encontro anterior: os alunos tem medo de denunciar as atitudes de professores e sentem que correm riscos de serem perseguidos porque não confiam na instituição e percebem a Escola como uma instituição incapaz de gerir este tipo de situação. Não há clareza para a instituição sobre como podem ser identificadas as atitudes incorretas. Muitas vezes, a gravidade de certos atos é minimizada com o argumento de que não foi por mal ou que é somente o jeito da pessoa.
  • A discordância entre aluno e professor é vista como desrespeito.
  • Há professores que definem o escopo do que é ou não artístico de forma muito dura, restritiva e excludente e se colocam pouco dispostos ao diálogo. Isto se manifesta no cotidiano das disciplinas e até em bancas de TCC.
  • Professores evitam entrar em embates com colegas, evitam divergir acerca de questões conceituais, mesmo quando é para defender posições de seus orientandos.
  • Os Colegiados de Curso são coordenados por professores e a percepção de que o aluno poderia sofrer perseguição já impediu que reclamações fossem devidamente encaminhadas.
     
  • Há muita dificuldade em mobilizar alunos para participar do D.A., por diversos motivos. Dentre eles, existem professores que desmerecem o D.A. dentro de sala de aula, formando opinião contra a participação de alunos novos no diretório acadêmico.
     
  • Não há apoio da Escola para incentivar a participação no D.A.. Deveria ser papel de toda a comunidade incentivar a participação dos alunos no D.A. e contribuir para seu devido funcionamento como espaço de representação estudantil, que também faz parte dessa instituição.
     
  • A Escola sofre de falta de comunicação em todos os âmbitos e níveis. A informação não é aberta e não circula devidamente.
     
  • É importante que a Escola consiga ter uma gestão compartilhada onde a comunicação faça parte do plano de gestão.
     
  • A gestão compartilhada poderia cuidar da ocupação dos espaços físicos de uma forma mais transparente.
     
  • Seria possível ter uma espécie de publicação informativa que apresente o organograma da EBA, com todos os órgãos e instâncias, visando esclarecer para o que serve cada um deles e quem pode participar, e citar quais os serviços disponíveis na Escola e na UFMG de modo geral, tais como apoio psicológico e acessibilidade?
     
  • A Escola, ou o Cenex, poderiam organizar meios de se comercializar a produção artística da comunidade criando feiras, bazares e outros eventos que possibilitem interagir com outras unidades e o público do campus em geral.
     
  • A recepção aos novos alunos precisa melhorar de modo a facilitar a inclusão destes na comunidade.
     
  • A produção artística discente tem sido muito podada e isto vem causando grande frustração. Alguns alunos que estão prestes a se formar se sentem mal na Escola, estão desconfortáveis, porque não percebem sua produção respeitada e chegam a perder a vontade de retornar aqui após terminado o curso.
     
  • A pouca participação da Comunidade e o aparente desinteresse em discutir sobre que Escola queremos foi novamente notada e lamentada pelos presentes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

25.01 - Dois encontros no mesmo dia

Que Escola Queremos?

Na próxima quarta-feira, dia 30.01, acontecerão dois encontros do evento Diálogos entre a Comunidade, no Piscinão da EBA.

25.01:  13h30 às 16h30
25.01: 17h30 às 19h

Nenhum dos encontros possui pauta pré-definida. O resumo listado aqui no blog será apresentado, porém os assuntos irão se desenvolver de acordo com a participação dos presentes.


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sábado, 21 de janeiro de 2017

Resumo do primeiro encontro

No encontro do dia 19 de janeiro, iniciamos os Diálogos entre a Comunidade. Foram três horas de muita conversa e assuntos diversos sendo tratados. Segue abaixo uma síntese do que foi conversado.

Sobre o Espaço Físico:
  • Discussões sobre a ocupação dos espaços da unidade: as dificuldades para reservar espaços, problemas com o uso destes espaços, o desconhecimento de regras de uso de equipamentos, inadequação de alguns espaços para certas atividades. Existem espaços ociosos na Escola? Como resolver isso?
  • É preciso enfrentar o desafio de compartilhar mais e melhor os espaços disponíveis.
  • Qual a situação atual da obra dos prédios anexos? Há riscos na estrutura? O projeto foi construído sem o devido aval da comunidade e possui problemas sérios apontados por uma comissão da Escola, será que ainda é possível modificá-lo?
  • O que a direção pode fazer e o que todos nós podemos fazer quanto a isso?
  • Qual a política de uso de laboratórios e oficinas pelos alunos, o empréstimo de equipamentos e materiais?
  • O curso de Design de Moda está instalado em local distante e perigoso. Qual perspectiva de mudança?
  • A área de Gravura e o curso de Dança aguardam a reforma de um novo espaço já definido dentro do campus Pampulha.
  • Vamos abrir espaços para a rua, ocupar de modo criativo e coletivo o jardim em frente ao prédio.
Sobre a Gestão da Escola:
  • É fundamental preservar e ampliar a transparência nos processos administrativos.
  • É preciso existir um canal de escuta permanente pela Diretoria aberto a toda a Comunidade.
  • É preciso trabalharmos juntos utilizando os recursos que temos agora.
  • É preciso fazer ações que promovam a integração das áreas de atuação.
Sobre a Ocupação:
  • Relatos sobre sua importância, o que se viveu e o que se aprendeu nas ocupações.
Sobre o Convívio:
  • Não se pode perder a perspectiva humana das relações na busca pelas soluções de problemas.
  • É preciso incentivar ações afirmativas de direitos humanos que sejam críticas e denunciem o comportamento machista, racista e misógino dentro e fora da sala de aula.
  • As manifestações nas paredes da escola: a lista de professores machistas é ou não um modo adequado de abordar essa questão?
  • É preciso ter melhor compreensão das instâncias internas, suas funções e suas possibilidades.
  • É preciso reforçar a importância de documentar as ocorrências por escrito.
  • A falta de engajamento generalizada: como fazer para que as pessoas se interessem pelas questões de nossa escola?
  • A crise de participação e representatividade: como aumentar a frequência nos fóruns de discussão colegiados e nas chamadas de votação, consultas públicas.
Sobre a Participação Discente:
  • A necessidade urgente de regularização do D.A. para que as representações estudantis possam retornar a ter voto nas instâncias oficiais.
  • Conscientização do valor da matrícula: como reduzir a grande quantidade de vagas em disciplinas que são ocupadas por alunos que não as frequentam? 
Sobre o Setor de Pessoal:
  • Temos servidores suficientes, entre técnicos administrativos e professores, para o bom funcionamento da Escola?
Sobre o Ensino:
  • Não existe uma construção coletiva de Escola.
  • Não existe acompanhamento pedagógico e didático específico, a função dos colegiados tem sido predominantemente administrativa.
  • Faltam iniciativas transversais que permitam mesclar alunos de diversos cursos.
  • Falta integração entre os cursos da EBA.
  • Há disciplinas que não seguem a ementa e o conteúdo programático.
  • É necessário formular um projeto amplo de Escola e não de um conjunto de cursos isolados.
  • É preciso repensar os currículos. Não são abordadas questões como a curadoria da arte, montagem de exposições, conhecimento sobre economia e leis de incentivo.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Diálogos entre a Comunidade

Como parte das comemorações dos 60 anos da Escola de Belas Artes, a Congregação da EBA-UFMG criou uma comissão, composta de alunos e servidores, para organizar ações e eventos que fomentem o diálogo dentro de nossa Comunidade. Este blog é sua primeira ação.

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A EBA está em processo de sucessão da diretoria. E a consulta pública será realizada em março de 2017.

Pensando nisto, a comissão propõe uma série de atividades de modo a estimular a reflexão acerca de todas as questões que nos inquietam.

Venha dialogar e ajudar a responder:
que escola queremos?


Encontros em janeiro:
19.01
- quinta-feira, de 13h30 às 17h30
25.01 - quarta-feira, de 13h30 às 16h30
25.01 - quarta-feira, de 17h30 às 19h
30.01 - segunda-feira, de 10h30 às 12h30